Capítulo 2 Atualização da lista de aves migratórias do Brasil

Marina Somenzari, Natália da Mata Luchetti & Priscilla Prudente do Amaral

Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo
BR-230 Km 10
58108-012 Cabedelo, PB


A migração pode ser definida como movimentos cíclicos e sazonais de uma população, ou parte dela, entre seu sítio reprodutivo e áreas não reprodutivas (sítios de invernada), com alta fidelidade dos indivíduos aos locais de reprodução (conceito adaptado de Berthold 2001, Dingle 2014, Lovette & Fitzpatrick 2016, Somenzari et al. 2018).

Movimentos migratórios são uma resposta das populações silvestres a fatores como a disponibilidade de alimentos, áreas para nidificação e recursos hídricos, além da diminuição da competição e predação (Able 1999, Lovette & Fitzpatrick 2016). A migração é também uma estratégia para explorar locais e estações favoráveis, cujos benefícios ultrapassam os custos do deslocamento (Lovette & Fitzpatrick 2016).

Somenzari et al. (2018) revisaram as ocorrências e padrões de deslocamento de aves potencialmente migratórias para o Brasil conforme indicações na literatura, registros nos principais museus brasileiros e em alguns bancos de dados abertos. Utilizando a lista de aves do Brasil mais atualizada no período de estudo (Piacentini et al. 2015), os autores classificaram 198 das 1.919 espécies de aves brasileiras como migratórias ou parcialmente migratórias (quando apenas parte da população migra).

Neste capítulo, apresentamos uma atualização da lista de espécies de aves migratórias (a partir de Somenzari et al. 2018), com inclusões recentes de táxons conforme a lista atualizada de aves do Brasil (Pacheco et al. 2021) e complementada por novas ou melhores informações obtidas até agosto de 2021. Um resumo das principais mudanças encontra-se no final deste capítulo.

O método aplicado para definição do padrão de deslocamento e as categorias utilizadas seguem Somenzari et al. (2018): migratória (MGT), parcialmente migratória (MPR), residente (RES), vagante (VAG) e não definida (ND). Das 1.971 espécies de aves atualmente registradas para o território brasileiro (Pacheco et al. 2021), 216 (10,9%) realizam algum tipo de migração, sendo 141 (7,1%) consideradas migratórias e 75 (3,8%) parcialmente migratórias. Além destas, 91 (4,6%) foram classificadas como vagantes e seis permanecem na categoria não definida (ND), conforme Apêndice A.

Das 216 espécies migratórias, 92 (42%) se reproduzem no Brasil. As restantes utilizam sítios reprodutivos na América do Norte, em áreas no sul da América do Sul e Antártida ou, ainda, a oeste, na região andina.

Na primavera e verão, o país recebe populações migrantes vindas do hemisfério Norte e, quando estas iniciam seu retorno, as espécies austrais começam a se deslocar para o norte, invernando especialmente nos estados das regiões Sul e Sudeste.

Cerca de um terço das famílias de aves brasileiras (n = 36, 35%) é representado por ao menos uma espécie que exibe comportamento migratório. Apesar disso, cinco famílias são responsáveis por mais de 50% (112) das espécies migratórias: Tyrannidae (36), Scolopacidae (23), Procellariidae (22), Thraupidae (16) e Laridae (15). Ainda assim, apesar do esforço desde 2000, algumas famílias permanecem pouco estudadas sobre seu comportamento migratório em relação à quantidade de espécies que englobam, como por exemplo a família Tyrannidae (e.g., Joseph & Stockwell 2000, Joseph et al. 2003, Alves 2007, Areta & Bodrati 2008, Jahn et al. 2013, Guaraldo el al. 2016, Bejarano & Jahn 2018, Jahn & Guaraldo 2018, Jahn et al. 2019, Pollack-Velasquez et al. 2020), de forma que o conhecimento relacionado ainda é reduzido.

Espécies migratórias habitam todos os ecossistemas, sejam eles de matriz florestal ou campestre, lacustres, costeiros ou marinhos (Somenzari et al. 2018). Entretanto, podem apresentar requerimentos especiais para sobreviver, como a necessidade de conservação de habitat e recursos alimentares em áreas disjuntas, muitas vezes separadas por milhares de quilômetros (entre sítios de reprodução e de invernada). Há, ainda, aquelas para as quais é crucial a manutenção de áreas específicas que são utilizadas de forma breve durante o deslocamento, para descansar, realizar muda das penas, alimentar-se e adquirir as reservas energéticas necessárias para a continuação de sua viagem.

A falta de informações sobre esses requerimentos pode implicar grandes perdas populacionais. Segundo a BirdLife International (2014), 40% das espécies de aves que realizam movimentos migratórios podem estar sofrendo declínio populacional. Para a América do Norte, estima-se que cerca de 58% das espécies nativas migratórias apresentaram declínio populacional nas últimas cinco décadas (Rosenberg et al. 2019), porém ainda há uma enorme lacuna de conhecimento para a América do Sul.

É importante destacar que diferentes espécies de aves realizam deslocamentos distintos em distância e duração, sendo que algumas voam por dias, sem paradas, do sítio reprodutivo ao destino final e outras executam voos mais curtos, com paradas para descanso e reabastecimento (Lovette & Fitzpatrick 2016). Durante a migração, as aves realizam ajustes em sua rota, em resposta a mudanças nas condições ambientais e de voo e, em geral, a rota utilizada na viagem de ida é diferente daquela utilizada no retorno (Lovette & Fitzpatrick 2016). Todos esses fatores, somados à grande diversidade de aves do Brasil, tornam ainda mais difícil a definição das necessidades de cada espécie migratória.

Graças a estudos de marcação e recaptura ao longo de décadas e, mais recentemente, a estudos com geolocalizadores e transmissores satelitais, existe hoje considerável conhecimento sobre as principais rotas utilizadas por aves limícolas que migram pelas Américas. No entanto, nem todas as aves utilizam rotas claramente definidas: muitos Passeriformes migram por amplas áreas, sem seguir uma rota bem delineada (La Sorte et al. 2014), o que torna difícil a indicação espacial de rotas.

Por fim, existem ainda as migrações altitudinais, realizadas por espécies que vivem em áreas montanhosas. Estas espécies comumente se reproduzem em regiões de maior altitude e deslocam-se para áreas mais baixas no período não reprodutivo, evitando as baixas temperaturas de áreas elevadas no inverno. Desta forma, mesmo viajando pequenas distâncias, podem explorar outros recursos sob condições ambientais diferentes, assim como fazem os migrantes de longa distância (Lovette & Fitzpatrick 2016). Recentemente, fatores alimentares também foram relacionados à evolução da migração altitudinal, indicando que variações no consumo de alimentos conforme a época reprodutiva podem afetar o deslocamento dos indivíduos no gradiente altitudinal (Pageau et al. 2020). No Brasil, é possível que este tipo de deslocamento seja mais comum do que o atualmente descrito, pois o conhecimento sobre esse tema ainda é incipiente. Florisuga mellivora (Barçante et al. 2017), Turdus albicollis e Turdus flavipes são exemplos de migrantes altitudinais conhecidos (Alves 2007), enquanto outras espécies como Amazona pretrei, Podager nacunda, Tangara peruviana e Dacnis nigripes também parecem ter sua migração influenciada pela altitude.

Desse modo, a compreensão dos padrões de migração e do uso do espaço em diferentes épocas do ano é essencial para o planejamento de ações de conservação em longo prazo, especialmente porque a perda de áreas importantes ou redução de sua qualidade ambiental certamente resultará no rápido declínio populacional. À luz dessa preocupação, a Resolução CONAMA nº 462/2014 preconiza estudos de impacto ambiental para parques eólicos, em superfície terrestre, nas áreas regulares de rota, pousio, descanso, alimentação e reprodução de aves migratórias.

No âmbito da Resolução CONAMA nº 462/2014, que trata especificamente de parques eólicos em superfície terrestre, a indicação de Áreas de Concentração de Aves Migratórias no Brasil (Figura 7.10 deste relatório) considera apenas as espécies migratórias que ocorrem em terra, excluindo-se assim, as espécies pelágicas que não usam áreas terrestres no Brasil. Também não foram consideradas as espécies vagantes no Brasil e aquelas categorizadas como ND (não definida). Foram consideradas, então, 176 espécies (81% do total de aves brasileiras migratórias), das quais 101 são migratórias e 75 são parcialmente migratórias (Apêndice A).

2.1 Resumo das principais mudanças na lista de espécies migratórias brasileiras

Em relação à lista anterior (Somenzari et al. 2018), sete espécies mudaram de categoria quanto ao padrão de migração e dez espécies migratórias foram incluídas para o Brasil, três devido a revisões taxonômicas e sete em razão de documentação inédita de sua ocorrência em território nacional. As justificativas detalhadas para tais mudanças são apresentadas a seguir. Indica-se, ainda, se a espécie foi considerada migratória (MGT) ou parcialmente migratória (MPR).


Coccyzus erythropthalmus (MGT)

Espécie migratória que se reproduz no Canadá e EUA e se desloca para o noroeste e centro-oeste da América do Sul (Hughes 2020). No Brasil, há dois registros que confirmam esse padrão de deslocamento descrito para a espécie: um realizado no Acre, em fevereiro, e outro no Amapá em novembro (Somenzari et al. 2018) , o que justifica sua classificação como migratória na presente revisão.


Chaetura pelagica (MGT)

Espécie migratória que se reproduz na América do Norte e inverna no Equador, Peru, norte do Chile e noroeste do Brasil (Steeves et al. 2020). Apesar dos poucos registros brasileiros, há documentação fotográfica da presença da espécie no Acre em março (Whittaker 2010) e em outubro-novembro (Biancalana 2017a,b), além de avistamentos no Amazonas em dezembro (Lees 2007), confirmando que a espécie utiliza o território nacional para invernar.


Chroicocephalus cirrocephalus (MPR)

De acordo com a literatura, trata-se de uma espécie residente que exibe comportamento dispersivo com deslocamentos aproximados de 2.000 km ao longo das costas dos oceanos Atlântico e Índico (Burger et al. 2020). No Brasil, a espécie foi considerada residente (Somenzari et al. 2018). Entretanto, dados recentes indicam que se reproduz em colônias nos estados do RS, RJ e RN e, justamente por essa restrição e fidelidade reprodutiva (Frias et al. 2020), possivelmente trata-se de uma espécie parcialmente migratória que exibe movimentos dispersivos fora do período reprodutivo. Assim, os registros fora destes três estados no período reprodutivo podem ser atribuídos a jovens e/ou indivíduos não reprodutivos. Apesar disso, ainda é preciso analisar os dados e talvez utilizar geolocalizadores para entender melhor o padrão de deslocamento da espécie.


Phaeomyias murina (MPR)

Espécie que ocorre do Panamá ao leste do Brasil e noroeste da Argentina. Populações da porção sul da distribuição (Bolívia, Brasil, Argentina e Paraguai) migram para o norte, passando o inverno na Bacia Amazônica (Fitzpatrick 2004). No Brasil, nos estados do Sul está ausente no período de abril a agosto, quando também é detectada redução nos registros do Sudeste (WikiAves 2021), ao passo que no Amazonas há um aumento do número de registros durante o inverno, corroborando o padrão migratório descrito em literatura. Nos demais estados brasileiros não há indicação de migração e, por este motivo, a espécie foi classificada como parcialmente migratória.


Myiodynastes luteiventris (MGT)

Espécie que se reproduz no sudoeste dos EUA, México, Guatemala, Belize até a Costa Rica e inverna no leste do Equador, leste do Peru, Bolívia e Brasil. Em território nacional é observada no oeste e sudoeste da Amazônia, entre os meses de outubro e abril (Mobley 2004, Lowther & Stotz 2020), com registros no Acre (Whittaker & Oren 1999) e no Pará, no vale do rio Parauapebas, entre setembro e dezembro (Pacheco et al. 2007), e na Floresta Nacional de Carajás (Aleixo et al. 2012). Apesar da pequena quantidade de registros no Brasil, foi classificada como migratória devido ao padrão descrito em literatura.


Vireo flavoviridis (MGT)

Espécie que se reproduz na América Central, migra para o noroeste da América do Sul em setembro e inverna principalmente a leste dos Andes, na Amazônia peruana e boliviana e oeste do Brasil (Somenzari et al. 2018). A presença da espécie no Brasil foi primeiramente indicada por Whittaker & Oren (1999) nos meses de fevereiro e novembro no rio Juruá, no Acre. Posteriormente, o estudo de Whitney & Pacheco (2000) confirmou o oeste da Amazônia como área de invernagem da espécie, com a indicação de três exemplares do Museu Paraense Emílio Goeldi que foram coletados no Amazonas em outubro e março e de nove registros da espécie no Parque Nacional da Serra do Divisor, Acre. Os dados do WikiAves corroboram este padrão, com oito registros no período de outubro a março nos estados do Acre, além de uma observação no Amazonas e outra em Mato Grosso, possibilitando a classificação da espécie como migratória em território nacional.


Conothraupis speculigera (MGT)

Embora ainda pouco conhecido, o padrão de migração da espécie parece estar relacionado com sua presença nas regiões secas do oeste do Equador e noroeste do Peru, onde se reproduz durante a primeira metade do ano, com posterior migração para leste, sobre os Andes, chegando ao sudoeste da Amazônia, onde há registros de junho a setembro (Hilty & Juana 2020). No Brasil, há somente registros no Acre concentrados no período de julho a outubro (WikiAves 2022), indicando a região como área de invernagem e possibilitando a sua classificação como espécie migratória.


Tringa inornata (MGT)

Espécie inserida na última lista de espécies de aves do Brasil (Pacheco et al. 2021) devido a desdobramentos taxonômicos. Anteriormente era tratada como subespécie de Tringa semipalmata (Oswald et al. 2016), um táxon sabidamente migratório (Lowther et al. 2020). Por este motivo, T. inornata foi classificada como migratória.


Serpophaga subcristata (MPR)

O táxon Serpophaga munda (classificado como MPR em Somenzari et al. 2018) foi recentemente suprimido e passou a ser tratado como subespécie de S. subcristata (Pacheco et al. 2021). Embora S. subcristata tenha sido, até então, considerada como residente, com este atual arranjo taxonômico, englobando uma subespécie que apresenta movimentos migratórios, foi classificada como MPR.


Sporophila iberaensis (MPR)

Espécie descrita após a publicação da edição anterior da lista das aves do Brasil (Di Giacomo & Kopuchian 2016). Em 2018 foram publicados os primeiros registros brasileiros (Galluppi-Selich et al. 2018) e, assim, seu padrão de deslocamento ainda não havia sido analisado. Trata-se de uma espécie indicada como migratória, com área reprodutiva conhecida no Paraguai. Embora os registros no Brasil ainda não indiquem um padrão migratório claro, há observações de atividade reprodutiva com documentação (C. Martins, com. pess. 2021) no Mato Grosso do Sul nos meses de janeiro a agosto, permitindo sua classificação como parcialmente migratória no Brasil.


Sete espécies foram incluídas na lista de aves migratórias do Brasil devido a registro documental recente de sua ocorrência neste país (Pacheco et al. 2021). Como são espécies sabidamente migratórias cujas áreas de distribuição podem, de fato, se estender até o Brasil, todas foram mantidas na lista aqui adotada na categoria (MGT), conforme dados disponíveis em literatura: Calidris mauri (Porto 2000, Franks et al. 2020), Calonectris diomedea (Oliveira et al. 2019, del Hoyo et al. 2020), Puffinus boydi (Zajková et al. 2017, Kirwan et al. 2020), Progne dominicensis (Perlut et al. 2017, Perlut & Wiliams 2021), Progne cryptoleuca (García-Lau et al. 2021, García-Lau & Turner 2021), Icterus galbula (Rising & Flood 2020) e Parkesia motacilla (Laranjeiras et al. 2019, Mattisson et al. 2020).

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